Qa.wah - Cap. 7 [escritores XD]

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Cryptorchild
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Mensagem por Cryptorchild »

Sugoi Sayuri-san!!!

Triste o segundo capítulo mas vc consegue transmitir toda essa emoção só nas palavras!!!

Vc é muito boa escritora!!! Parabéns!
OBJETIVOS

[ ]Publicar um manga
[ ]Publicar um livro
[ ]Falar japonês fluentemente
[ ]Viajar o mundo
[ ]Jogar bem smash bros brawl com o wii mote e o nunchuk! >.<

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S4rg3nt0
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Mensagem por S4rg3nt0 »

sayuri-chan eu soube q tem uma vaga na Academia de letras, vc n quer se candidatar?

essa história tá SUGOI!


ps: Definitivamente, está tomando um rumo completamente diferente da minha
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Kagome
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Mensagem por Kagome »

nooossa Sayuri-chan!!!!
sua história tá tudo de bom e vc não perde tempo e me deixa logo histérica...
tadinho dele (reparou que eu nem liguei pra morte dela :oops: ... é pq sempre é pior pra quem fica...)

mas o q que matou ela? que tá acontecendo?
posta logo os outros capítulos!!!
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Melz

Mensagem por Melz »

Maninha... cara vc é demais
acho que essa inteligência deve ser de família... :roll:

mas vc saiu melhor que eu esperava, muito envolvente, os personagens chegam a ser reais em minha mente, parece que eu sentia o cheiro de sangue envolvendo a sala, o ar de tristeza...
muito bom, muito bom msm...
continue, logo por favor que eu quero o terceiro...
largue teus livros de romance e escreva que eu tô ansiosa...

te amo muito...

sua mana...
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endoh_miyako
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Mensagem por endoh_miyako »

:shock: sugoi :shock:
*sem palavras* espero o proximo
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S4rg3nt0
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Mensagem por S4rg3nt0 »

nossa OO é a familia crescendo XD
bem vinda melz \o/

por falar em familia, ka-chan, kade a kikyou? ela tah sumida...
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Kagome
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Mensagem por Kagome »

Ela quebrou a perna *todo mundo pensando "e daí? não foi os dedos...* e tá na casa do namorado direto (lá não tem net)... quando não tá lá, tá no trabalho (ela é igual ao beto, tem jornada de 18 hs de trabalho XD) e blokearam o op lá pra ela não entrar...
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Tarso
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Mensagem por Tarso »

Lá no colégio que eu estudava antes eles também bloqueavam sites, só que eu ia lá e desbloqueava. Eles eram tão burros que deixavam o servidor principal conectado na rede e sem senha, qualquer um invadia lá.... 8)

Mas sabe que tem uns sites que é pra entrar em site quando tiver bloqueado né?? eu tinha um no favoritos, mas depois que meu hd explodiu eu perdi =/
Melz

chaos

Mensagem por Melz »

obrigada pelas boas vindas... :D
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Tarso
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Mensagem por Tarso »

bem vinda Melz :!:
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Sayuri
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Mensagem por Sayuri »

Capítulo 4 - Uma Estranha ao Lado

Ryo olhou mais uma vez para o relógio, 10h47min e 28, 29, 30 segundos. O tempo parecia se arrastar, sem pressa, lento e preguiçoso.
Na tentativa fútil de fazer o tempo andar mais depressa, olhou em volta, viu o sol brilhando como que refletindo o animo e alegria das pessoas. Muitos se abraçavam, beijavam, choravam, despediam-se. Mas ele próprio estava sozinho. As crianças corriam gargalhando pela plataforma de embarque, alguns pais tentavam controlá-los em vão, outros entraram na brincadeira.
Ryo não conseguia conter-se. Esperava ansiosamente por isso. O primeiro passo estava sendo dado. Antes de seguir a carreira militar e atingir seus reais objetivos, teria de passar no treinamento dado e o teste que viria a seguir.
Dando meia volta, em direção às lojinhas comerciais, Ryo viu nas sombras uma pequena que lhe chamou a atenção, separada das demais, não corria nem brincava com as outras. Ficava ali, parada, olhando para o nada. Sozinha como ele.
Sem pensar, começou a caminhar em sua direção, movido por um impulso que nem ele próprio podia explicar. Foi quando a voz no alto falante chamou os passageiros para o embarque. Ryo olhou para o alto-falante como que despertando do transe, mas rapidamente olhou para o lugar em que ela estava: vazio! Procurou ao redor, mas em vão, a pequena desapareceu na multidão. Consternado, embarcou junto com os demais.
Aquela cena estava em sua mente, não representava nada para ele, mesmo assim não lhe saía da cabeça, precisava esquecer isso, era tolice.
Mas isso seria impossível, ainda mais quando Ryo viu quem sentaria na poltrona ao lado da sua. Então a viu de perto e soube que não importa onde estivesse ela sempre chamaria a atenção. A pele alva contrastava com os cabelos negros como ébano, o nariz arrebitado dava-lhe ares de superior, mas também lhe conferia um charme especial, a boca bem desenhada completava um conjunto harmonioso e belo de se contemplar. Mesmo olhando-a de perfil, não podia negar a beleza singela que a capa e o capuz azul-marinho não conseguiam disfarçar, muito menos esconder.
E qual seria a cor dos olhos? Não dava pra ver direito, mas quem sabe se Ryo chegasse um pouco mais perto...
- Pare com isso, está me constrangendo.
Ryo balbuciou um “desculpe” antes de sentar totalmente sem graça.
- Por que essa fixação na aparência? – ela nem ao menos se dignou a olhá-lo.
- Hã? – Ryo estava confuso, ele só a olhou por um tempo, não é como se fosse o fim do mundo. E o pior é que estava fazendo papel de idiota.
- Seu relógio.
Ryo olhou para seu próprio pulso consternado, que jeito estranho de iniciar uma conversa. Será que... Não poderia.
- O que tem ele?
- É um modelo antigo, que já não se fabrica mais. Mas que servia principalmente como holoprojetor e sei que ele ainda está ativo.
Ryo abriu a boca pasmo. Tinha um pequeno problema com sua auto-imagem, de modo que ganhou de Lilian aquele holograma que um dia fora dela. Desde que o pôs no pulso, nunca mais precisou tirá-lo, chegando até mesmo a esquecer de sua real aparência.
- Você terá problemas por causa dele. Deveria ter orgulho de ser quem és assim como tem do objeto que adorna seu pescoço. É uma lembrança preciosa, não é? Além do mais, as forças armadas não permitem hologramas.
- O quê? Como?
- Surpreso? Eu sei muita coisa sobre você Qawah. Mais do que imaginas. – Ryo estava agora assustado, o tom frio e impessoal o incomodava. A estranha agora tinha um aspecto sombrio e temeroso. Não a conhecia, tinha certeza, mas ela o conhecia?
- Desculpe-me, mas acho que está me confundindo com alguém. Meu nome não é..
Ela o interrompeu como se nem levasse em consideração que ele falava algo.
– Por muito tempo, atenção indevida foi concedida a você, pondo em risco sua segurança. A morte misteriosa de Lilith Haas Baas e o seu envolvimento como principal suspeito... E agora, seu alistamento às forças armadas na sua insana obsessão de encontrar o verdadeiro assassino. Você é imprevisível, não posso calcular os próximos passos a ser dado, nem posso mudar suas decisões, pois desconheço as conseqüências. Isso não estava escrito que aconteceria...
Ela definitivamente o estava confundindo, era o que Ryo tentava acreditar, mas os detalhes estavam certos, embora os nomes não batessem. A última frase o desnorteou completamente, ela poderia prever o futuro?
Isso era ridículo.
Então ela riu. Sua voz melodiosa, tão cristalina e pura que ressoou e parecia encher aquele espaço ínfimo.
- Não, eu não lhe direi seu futuro, Qawah. Mesmo porque os humanos têm a tola idéia de ir contra ele, tentando futilmente mostrar que podem controlar suas próprias vidas, fazendo escolhas insensatas que levam a fracassos incomensuráveis. Não serei tão estúpida como meus ancestrais. Mas isso não quer dizer que eu não possa ajudar de alguma forma que não nos leve à ruína. Apenas lhe darei um conselho.
Antes de Ryo ter qualquer reação, ela virou e aproximou-se. O capuz já não a escondia, os cabelos estavam soltos e seu rosto quase colado ao de Ryo, que podia sentir sua respiração quente e os olhos que fixamente o fitavam. A íris azul-clara passava despercebida ante a pupila branca. Eram grandes e medonhos, pareciam penetrar a alma, observar seus pecados e condená-lo.
As últimas palavras gélidas e soturnas foram sussurradas:
- Cuidado com a flor que condena seu portador.

Com isso Ryo desperta confuso e suando frio. Pela primeira vez, desde o ocorrido, ele não acorda com seus próprios gritos aterrorizados e as lembranças de Lilian, e sim por causa de uma desconhecida cuja visão que antes parecia bela tornava-se assustadora.
Pouco se lembrava dos detalhes da conversa, somente a última frase estava bem viva em sua mente como um alerta, um aviso. Mas conta o que? Ou melhor, quem?
Editado pela última vez por Sayuri em Sex Fev 29, 2008 5:24 pm, em um total de 1 vez.
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Tarso
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Mensagem por Tarso »

Quando vem a continuação?? quero ver quero ver!!!
Melz

Mensagem por Melz »

ô tá demorando muito pra vir o 3º capítulo...
eu quero verrrrrrrrrrrrrrrrr
:oops: desculpe meu desabafo...
rsrs

mas que eu quero eu quero ver tá

bjs
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Fabiosn
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Mensagem por Fabiosn »

muito legal,tem q virar manga!xD
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Sayuri
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Mensagem por Sayuri »

Capítulo 5 - Brigas e Inimigos

Ainda deitado, Ryo passa a mão no cabelo num gesto frustrado.
O sono lhe fugira completamente, seus sentidos pareciam estar em alerta. Ryo olha em volta, tentando acostumar-se com a escuridão que o cercava. Nada ali lhe era familiar, um temor percorreu-lhe a espinha e Ryo rapidamente levantou, batendo na cama acima da sua e soltando um gemido de dor.
Agora lembrava onde estava e porque estava ali. Colocando a mão na testa, voltou-se a deitar para aliviar a dor.
Com isso, relembrava do plano, não tivera tempo para prepará-lo com cuidado, mas nem por isso seria menos sucedido. A primeira etapa era apenas colher dados, informações, que normalmente não teria acesso.
Por Lilian ser estrangeira, obrigatoriamente, haveria um registro no Controle de Migração Terrestre (CMT). Com isso poderia confirmar se realmente ela era estrangeira. Sabendo mais sobre o passado de Lile, seria mais fácil determinar algo sobre o assassino.
Todas as informações coletadas estavam guardadas no computador que agora era seu. Também tentara mexer nos arquivos de Lilian, talvez encontrasse algo. Mas o acesso era restrito, havia diversas senhas para diversos acessos diferentes. O processo para descobrir as senhas era demasiado lento. Tinha somente o acesso principal, mas pelo menos podia jogar. Ao menos para isso o computador não pedia senha de acesso. Não que fosse de grande proveito, mas ajudava a distrair a mente.
Não só essas informações lhe passavam pela cabeça como também o dia anterior, onde o encontro com a jovem misteriosa foi apenas o início. Mal chegara ao seu destino, outra surpresa lhe aguardava. Foi mandado direto para a estação, pegara o próximo vôo espacial e ali estava. Tudo parecia tão repentino e fácil demais.
Mas, quatro horas da manhã não era o momento ideal para pensar nisso. Tudo o que Ryo precisava no momento era descansar, então, puxando as cobertas até a cabeça, deitou-se e tentou dormir mais um pouco.
Mal fechou os olhos, algo gelado o atingindo na altura do peito, se espalhando e molhando seu rosto e a sua cama. Com o susto rolou da cama, caindo enrolado pelas cobertas no chão.
Estava encharcado de água e alguém ao seu lado ria segurando um balde, sem dúvida, utilizado para molhá-lo.
- Hora de acordar, Bela Adormecida. – o escárnio evidente na voz irritou mais ainda. Aquele idiota o provocava desde a hora em que chegou.
Abagta era um Sarom, uma raça de guerreiros por natureza, que tinham grande desenvolvimento físico, mas pouco mental. Media 2,05m, era agressivo e rude. Os olhos eram negros como seus cabelos curtos. Tinha uma velocidade incrível apesar do tamanho, bem como enormes e poderosos braços. A pele era escura e dura como se fosse uma armadura.
Jogando o balde num canto, saiu rindo, junto com dois que Ryo não conseguiu identificar.
Irritado, olhou para a cama, já não poderia voltar a dormir naquele lugar molhado e se não desse um jeito logo, não teria onde dormir. Pegando o balde jogado por Abagta e usando o lençol, tentou secar o que conseguisse e deixaria o sistema de ventilação cuidar do resto.
Olhou para a cama que ficava acima da sua, estava vazia, mas sabia que seria ocupada por alguém nesse mesmo dia.
A idéia perversa de deixar sua cama assim mesmo e se mudar para a de cima passou-lha na mente, mas logo foi descartada. Se isso lhe ocorresse nos tempos de infância, não se importaria com isso, mas agora sua consciência o atormentaria.
Mal humorado Ryo foi tomar banho já que não conseguiria dormir mais. Quem sabe o café-da-manhã compensaria a péssima maneira em que o dia começara.
Vestindo um uniforme verde, Ryo olhou no relógio só para constatar que estava atrasado e que se não corresse, as portas do refeitório se fechariam e ele ficaria sem ter o que comer.
Chegando ao refeitório, viu que a maioria já ocupava as mesas. Entrando na fila, Ryo podia sentir o cheirinho da comida recém feita, ao contrário do que se dizia, ela era saborosa e quem sabe, se você fosse simpático e a servente poderia lhe dar refeições mais generosas.
Morrendo de fome, Ryo entrou na fila, serviu-se da ultima fatia de bolo ali posta na bandeja. Antes de dar-se conta, ele já havia sumido na boca de Abagta. O canalha parecia sempre ter um sorriso zombeteiro no rosto, e fazia qualquer coisa para provocá-lo. Mas não podia permitir-se uma briga, sabia que ele seria severamente punido, talvez até com a expulsão.
O dia prometia ser longo e cansativo, o melhor era não se estressar. Respirando profundamente, foi pegar outra coisa.
Já servido e levando sua bandeja à procura de um local para sentar, um forte golpe pegou-o desprevenido, fazendo sua bandeja virar e derrubando toda a sua comida no chão, nem precisava ver quem fizera isso, já sabia a resposta.
- Vai fazer o que agora bebezinho? Voltar chorando para os braços da mamãe?
Como por impulso, pegou a bandeja e acertou-a na cara de Abagta, fazendo-o virar o rosto e deixando uma marca nele. Um murmúrio de surpresa percorreu o refeitório. Num misto de perplexidade e fúria, Abagta avança agressivamente contra Ryo que se move no ultimo instante, fazendo Abagta acertar o chão com força, deixando uma cratera no piso. Rapidamente, Abagta tira o punho do chão e acerta com força o rosto de Ryo que cai, quando ia desferir o golpe final, Ryo se esquiva e logo o acerta no estomago de Abagta que fica meio sem ar, dando tempo de Ryo recuar e se preparar para o próximo golpe, Abagta também fica observando e estudando. O primeiro a se mexer é Ryo que tenta acertá-lo com um chute, Abagta esquiva-se para o lado e acerta o rosto desprotegido, fazendo sangrar a boca, Ryo tenta de novo e dessa vez o acerta nas costelas, em seguida desfere um soco na barriga fazendo Abagta se ajoelhar. Então, usando o antebraço do mesmo braço, acerta seu pescoço empurrando-o com força ao chão, deixando Abagta sem ação. Seria aquilo nos olhos de Abagta medo? Ryo sorri, enfim dera um basta em todas as provocações. Mas estranhamente Abagta também sorri um meio sorriso sarcástico, se assim o parecia. Os olhos brilhavam divertidos e, então, segura o pulso de Ryo.
Em pânico, Ryo descobre o motivo daquele sorriso, e tenta se livrar, mas era tarde. Abagta refira seu relógio, interrompendo o sinal holomórfico e mostrando a todos sua real aparência. Devido ao esforço de livrar sua mão e a repentina soltura da parte de Abagta, Ryo cambaleia para trás. “Não”, pensa Ryo, “isso não podia acontecer”.
Observando a imagem se desfazendo, Abagta e toda a multidão em volta que assistia a luta soltam um burburinho, um misto de surpresa e espanto.
Abagta o pega desprevenido e com um último golpe derruba Ryo. Pensava em continuar quando um dos seus companheiros somente encostou a mão no seu peito, fazendo um sinal e Abagta se dá por satisfeito.


Humilhação é tudo o que Abagta pensa ao realizar esses serviços medíocres. Felizmente, não haveria interferências. O que importava eram apenas os resultados, sem levar em conta os métodos. Então por que não se divertir um pouco? Provocou aquele pirralho até este não agüentar mais. Conhecia os humanos o suficiente para conhecer sua vaidade, prova disso era os hologramas que usavam no braço. Humanos, se importavam demais com o externo e pouco faziam com o interno. O interior sim que era importante, era o que definia o ser e o motivo de real orgulho. Pena que o seu estava podre e já não podia mais ser resgatado.
Surpreendeu-se com a força de seu oponente e este se provou um adversário à altura dos melhores guerreiros da sua raça. Com o treinamento certo, quem sabe o potencial que ele desenvolveria? Há quanto tempo não sentia a emoção de uma luta de verdade, desde...
Não, não pensaria naquele dia fatídico. Já se passara muito tempo para se remoer o passado. E ele permaneceria como estava: enterrado.


Jamais questionava os métodos que Abagta utilizava, mesmo porque ele nunca falhara em cumprir suas ordens, este se mostrava ser um soldado de valor. Mas era muito orgulhoso e impetuoso também, portanto era sempre bom estar de olho no que este fazia e como o fazia.
O seu objetivo era simples: tirar o holoprojetor de Ryo.
A briga não deveria ter ocorrido, teve de agir contra isso e quando Abagta queria ir mais longe, teve de usar seu colega para detê-lo. Ele estava criando cada vez mais problemas.
Voltando sua atenção para Ryo percebeu o quão mudado estava. Lilian aos poucos o lapidava, mas para qual lado daquela guerra caótica? Por isso foi necessário interferir. Uma pena. Lilian era esperta, inteligente e habilidosa como poucos. Será que conseguira passar alguma coisa disso para seu jovem escolhido?
Lilian o surpreendera com a escolha, achava que pegaria alguém de sua própria raça, um parente talvez. E não um simples humano que ela achara num orfanato.
Viu então o jovem em ação. Era corajoso, ninguém ali dentro jamais desafiara Abagta assim. E, em matéria de força, não ficava para trás. Lógico que não poderia vencer Abagta, ainda. Mas quando viu a falsa imagem se desfazendo, surpreendeu-se ainda mais. Fizera bem em interferir. O que alguém como ele fazia na Terra? Lilian sabia disso? Provavelmente sim, mas porque e como conseguira esconder isso até mesmo dele?
Muitas perguntas surgiam na sua mente, mais do que conseguia responder. A mais importante era: como isso afetaria a ele e seus planos? A resposta o preocupava, mas não era tarde para mudar as coisas ainda, só precisava interferir mais um pouco.


Ryo estava cansado da provocação e humilhação. Por isso reagira, não pretendia perder o controle, mas foi uma forma de extravasar todo aquele peso que estava carregando nos últimos dias: frustração, dor, solidão.
O Sarom era realmente forte, parecia que estava batendo em rocha sólida. Foi fácil vencê-lo, fácil demais. Devia ter percebido a armadilha, o propósito da perseguição: seu relógio. Quando Abagta sorriu foi que ele percebeu e se lembrou das palavras da estranha garota: “Você terá problemas por causa dele”. Se ela soubesse.
Sempre tivera problemas, não? Sofria pela aparência, por ser diferente. Apanhava quase todo o dia, passava fome por causa dos valentões, sentia medo, não podia brincar com as outras crianças porque ninguém o queria por perto e quando algo acontecia, a culpa inevitavelmente recaía sobre ele. Até o dia em que descobrira sua força. Desde então, de repulsa passaram a sentir medo. Não era muito melhor, mas pelo menos não apanhava mais e nem passava fome. Continuava só, mas pelo menos o deixavam em paz.
Sempre perguntava se algum dia conseguiria se entrosar, se seria aceito como por o que era, se alguém iria vê-lo mais do que a aparência bizarra que possuía. Com o passar do tempo, duvidou que isso acontecesse. Mas então, uma voluntária mudou sua vida. Lilian o enxergava além da aparência, mostrou a importância daquilo que você realmente é, não o que aparenta. Infelizmente, nem sempre a realidade é assim.
Assim sendo, houve a necessidade de se ocultar. Só assim as pessoas começaram a prestar atenção no menino e não na aberração. Mas a ilusão acabou.
Todos estavam presentes, todos viram. Não podia mais se iludir e achar que tudo ficaria bem. Voltaria ao inferno, os olhares de medo, preconceito e raiva continuaria a persegui-lo.
Mais furioso consigo do que com qualquer outra coisa, Ryo sai cambaleante, se afastando da multidão. Não os queria enfrentar agora.
Tentava correr quando alguém lhe impede a passagem. Era mais baixo que ele, porém estava decidido no seu propósito. Não era possível que já começassem a persegui-lo, mas algo lhe chama a atenção, de alguma forma, parecia que já conhecia aquele a sua frente. Mas de onde?
O outro apenas dá um meio sorriso e se pronuncia primeiro:
- Olá Ryo, há quanto tempo!
Definitivamente o conhecia, só agora se lembrava de onde. Não esperava encontrá-lo novamente e preferia que ambos não recordassem do último encontro, embora ele próprio jamais o esquecesse.
Editado pela última vez por Sayuri em Sex Fev 29, 2008 5:37 pm, em um total de 2 vezes.
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