Roda da fortuna: dinheiro fácil ou golpe?

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Codemaster
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Roda da fortuna: dinheiro fácil ou golpe?

Mensagem por Codemaster »

Em janeiro de 1997, na Albânia, uma série de revoltas quase derrubou o governo do país. O motivo pode parecer simples, mas levou milhares de pessoas às ruas para reclamarem por seus direitos. Mais de 15% da população de 3,2 milhões (em 1997) aderiu a movimentações financeiras conhecidas como "esquemas em pirâmide" ou "correntes". Os cidadãos eram incentivados a investir o que ganhavam em fundos de investimento que prometiam lucros exorbitantes em pouco tempo. Os fundos que sustentavam os investimentos faliram, o dinheiro investido foi pelo ralo e os albaneses se rebelaram.

No Rio de Janeiro, em 2008, esquemas menos complexos, mas com funcionamento semelhante ao que gerou transtornos na Albânia estão ganhando força em universidades. O modelo de corrente que está virando febre consiste em uma ação entre amigos. Uma pessoa inicia a jogada e convida dois amigos, que contribuem com um valor em dinheiro. Cada um deles chama mais duas pessoas, que dão a mesma quantia. A situação se repete, e cada novo convidado chama outros dois, sempre contribuindo com o valor combinado. Neste momento, o esquema está com quatro níveis e 15 pessoas estão participando, com oito na base da pirâmide. O dinheiro daqueles que estão no nível mais baixo é arrecadado por quem puxou a corrente. O ganhador sai do circuito, e a situação se repete sucessivamente, até que um participante não encontre mais ninguém disposto a entrar na roda. Se isso acontecer, o esquema quebra, e aqueles que estão participando ficam sem o dinheiro que investiram.

Esse tipo de negociação é conhecido em vários países do mundo. Em Portugal, o artigo sétimo do decreto-lei número 57/2008, de março, proíbe os esquemas em que "o consumidor dá a sua própria contribuição em troca da possibilidade de receber uma contrapartida que decorra essencialmente da entrada de outros consumidores no sistema". No Brasil, não há regulamentação específica sobre o assunto.

Nas universidades do Rio, o circuito ficou conhecido como "roda da fortuna" e virou mania entre os alunos. A possibilidade de conseguir dinheiro fácil e rápido atraiu estudantes, que entram com R$ 100 e esperam receber R$ 800 em três semanas. Um estudante de comunicação da PUC-Rio, que preferiu não se identificar, entrou no esquema depois do convite de um amigo. Ganhou R$ 800, e pretende continuar no circuito.

"Vou viajar no fim do ano e estava precisando de dinheiro, por isso entrei na corrente", disse.

Segundo a opinião dos especialistas ouvidos pelo SRZD, a formação das correntes pode ser considerada crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal. O Procurador Regional da República e professor de Direito Penal Rodolfo Tigre Maia, afirmou que, em sua opinião, a conduta caracteriza crime.

"Quem inicia a corrente comete estelionato, porque ela obtém vantagem econômica em cima das outras pessoas e sabe que o esquema está fadado ao fracasso. Já está provado matematicamente que é impossível isso dar certo".

Para Tigre Maia, é importante diferenciar aquelas pessoas que entram no circuito com boa fé, pensando apenas em ganhar, daquelas que iniciam o processo e sabem que o esquema vai fracassar. O advogado Daniel Martins compartilha da mesma opinião. Segundo ele, a experiência comprova que a pirâmide vai estourar alguma hora.

"A pessoa obtém vantagem de alguém sem avisar que a pirâmide vai dar errado em algum momento, o que configura crime de estelionato."

Os especialistas ressaltaram que apesar de o ato ser ilícito, é difícil caracterizar o estelionatário, já que na maioria dos casos não é possível saber ao certo quem iniciou o esquema. Segundo eles, o melhor remédio é evitar esse tipo de negociação, pois o prejuízo pode ser grande.


http://www.sidneyrezende.com/noticia/18 ... l+ou+golpe
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Jonta
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Re: Roda da fortuna: dinheiro fácil ou golpe?

Mensagem por Jonta »

Lembro disso xD

Meo, eu acredito que para quem começa, com certeza é dinheiro fácil, mas ao decorrer do tempo, já se torna um perigo.

Quem está mais acima nessa "pirâmide" é quem sai ganhando. Quando a pirâmide está completa, que está no topo ganha a rodada e sai do jogo. quem está abaixo dele assume o topo até a pirâmide completar novamente, e assim, vencer a rodada, e assim sucessivamente.

Sim, quanto mais acima se está, mais fácil é o dinheiro, porém, quanto mais tempo passar desde o início da pirâmide (desde o primeiro jogador), maiores as chances da corrente quebrar e todo mundo perder.

Claro que os primeiros se salvam por terem ganho o jogo antes da corrente quebrar.

Acho que se fosse uma corrente perpétua, ela não quebraria, digo, se quem vencer entrar novamente no jogo, a corrente não quebra.
por exemplo um grupo de amigos resolvem começar isso.
só eles podem participar, ninguém de fora entra, e aquele que vencer, entra no jogo d novo, mas na base da pirâmide (isso deve ser uma regra inviolável), aí todo mundo ganha sempre.

Conforme o tempo passa, as pessoas ganharão dinheiro pelo trabalho formal (ou informal) e esse dinheiro novo serviria de alimento para o jogo. Ou seja, o dinheiro ganho no jogo não deve ser usado d novo no jogo.

Teoricamente dessa forma não há como perder o jogo, porém a regra de quem assume o topo deve ser diferente, pois no jogo comentado, a cada vez q um vence, novas pirâmides são formadas, pois o cara q começa chama dois, quando ele vencer, os dois serão o topo da pirâmide, ou seja, agora são duas pirâmides. na próxima rodada serão quatro e assim vai.

a regra deveria ser clara, a ponto de manter apenas uma pirâmide de forma a corrente não se quebrar nunca.

De qualquer forma, eu não entraria nesse tipo de jogo.
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Re: Roda da fortuna: dinheiro fácil ou golpe?

Mensagem por Codemaster »

por exemplo um grupo de amigos resolvem começar isso.
só eles podem participar, ninguém de fora entra, e aquele que vencer, entra no jogo d novo, mas na base da pirâmide (isso deve ser uma regra inviolável), aí todo mundo ganha sempre.

A teoria dá certo, mas o problema é que quando algo envolve dinheiro fácil, há sempre um "espertão" pra fugir com tudo. Pois, para manter a pirâmide, a pessoa que volta à base teria que pagar a taxa de inscrição,(um exemplo, se a taxa é 100 reais, e a pessoa consegue o dinheiro estabelecido, teria que devolver os 100 reais pra manter o sistema funcionando) e muita gente gosta de só ganhar...

Com esses tipos de esquema, não é bom confiar. Há sempre um momento que "a casa cai".

a regra deveria ser clara, a ponto de manter apenas uma pirâmide de forma a corrente não se quebrar nunca.

Não há como ter apenas uma pirâmide, só se a pessoa que começou a "brincadeira" não saísse nunca, ou seja, o espertão nunca sairia do topo e iria ficar milionário à custa dos outros(o que parcialmente já acontece nesse tipo de jogo), que não ganhariam nada.
E pra corrente nunca ser quebrada, apenas pessoas "populares" teriam que entrar nesse jogo, pois o dinheiro é ganho com as indicações.Se um anti-social entra, f*de com tudo... :mrgreen:
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